Salve e Bença. Que bom que você está aqui para esta leitura e encontro. Muito prazer!
A gente não quer só comida a gente quer bebida diversão e arte… muitas letras de música vem como inspiração, lembram experiências, acalentam e dão coragem… essa música me lembrou uma história…
Hoje trago uma parábola que escutei do Jean- Yves Leloup, ou o que eu guardei de inspirador, sobre o que oferecemos e o que o outro realmente precisa… a jardineira e o leão.
Existia uma jardineira muito gente boa, coração enorme, caprichosa, delicada. Ela tinha um leão, e ela amava tanto aquele animal tão poderoso, que se punha todos os dias a cuidar de seu jardim, horta e pomar. Sem poupar esforços, dia após dia, ela trabalhava a terra, adubava, se certificava ter tudo do bom e do melhor. Era tudo muito lindo, colorido e apetitoso. A jardineira cantava, brincava, conversava com o leão.
Já o leão via toda a alegria e entusiasmo da jardineira e o quanto era especial o que ela lhe oferecia. E foi passando tempo, e ao invés do leão ficar forte e vigoroso, ele ia ficando magro, a juba sem brilho. E aí ela se esforçava mais ainda para ter as melhoras verduras, frutas e hortaliças… nossa como ela se dedicava, era impressionante.
E mesmo assim nada do leão dar sinais de melhora. Um dia não teve jeito, ela precisou levá-lo ao médico. Chegando lá, o leão inquieto, pois certamente ele sabia o que estava por vir, e doía muito nele saber que logo o coração da jardineira ia se partir. o médico examinou, fez as perguntas de praxe, e percebeu logo o que estava de fato acontecendo. Ainda que fraco o leão buscava mostrar a gratidão dele, até que o doutor disse, minha querida, seu carinho, cuidado e esforço são dignos e maravilhosos, porém um leão se alimenta de carne. Por mais que o que vc oferece a ele seja do bom e do melhor, por mais que ele aceite e coma tudo, isso não o alimenta. Provavelmente ele o faz por retribuição do que ele vê, e pelo enorme amor que ele também sente por ti. Perceba então que voce, por mais entregue esteja, o que está oferecendo não é o que ele precisa.
Moral da história: será que sabemos o que nós oferecemos por aí? Será que nosso esforço em agradar e fazer tudo pelo outro, sem nem sequer perguntar, é sobre o outro ou é sobre nós mesmos? É bom demais ajudar o outro, da muita satisfação em ser reconhecida como bondosa. E quantas vezes não fomos a jardineira ou o leão? Onde não só damos o que o outro não precisa como também aceitamos o que o outro nos dá e nos não precisamos.
Saber do que temos fome e do que temos sede é já um grande passo para curarmos nossas relações interpessoais. Saber nossos ciclos, conhecer nosso sangue, nosso cheiro e nossas novidades diárias, faz toda diferença, para que possamos comunicar e escutar.
Axé, salve bença!
Juliana Cerdá Mendes

Imagem do Pinterest joleenbridges.hubpages.com