Olhando a série “Rainhas da Africa” me deparei com essa reflexão interna, a que ponto chegamos onde nossas referências de mulheres vem de um lugar de invisibilização histórica da nossa ancestralidade.
Que ainda centramos nossas referências pautadas nesse histórico colonial, racista, machista, misógino.
O sistema é manipulador na sutileza, inclusive do nosso conhecimento histórico e da estrutura dessa educação que silencia e invisibiliza mulheres de matriz africana, indígenas que participaram de uma resistência histórica, trazendo esse ancoramento da matrigestão.
Quem são a suas referências de mulheres?
Dentro dessas mulheres que você olha e se identifica existe diversidade?
Existe uma forte tendência ao embranquecimento das nossas referências, e de modo diferente estamos caindo nas mesmas armadilhas, que nos levam aos mesmo lugares de separação.
Como diz Airton Krenak, não existe confluência sem que os brancos estejam dispostos a religar.
Vejo um movimento importante partindo das mulheres em se fortalecerem, estarem mais unidas, e até mesmo um esforço em se despir de velhos padrões, mas ainda é latente que esse movimento é elitista e embranquecido, esquecendo das nossas raizes de África e Indígenas.
Talvez, e acredito na potência do feminino, nós mulheres precisamos aprender a dar esse primeiro passo, enxergando para além de estereótipos e conectando com a essência das referências sem que sejamos manipuladas por esse sistema, esse também é um lugar de reparação história, dar a vez para mulheres diversas, longe de padronização.
Autoria do texto: Nathália Jucinsky @nathaliajucinsky
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