Salve e Bença. Que bom que você está aqui para esta leitura e encontro. Muito prazer!
Hoje muito se fala sobre sair da zona conforto e também já há muito sobre o quanto tempo se leva para achar uma zona de conforto e depois ter que sair.
Pois o que é conforto ou desconforto? Sensações? Até onde se aguenta? Será que depende do quanto se está empenhado ou com vontade?
Na prática de Astanga yoga, é possível se deparar todo tempo com este dilema. Todo dia, 6 vezes por semana, se tem a oportunidade de através da mesma sequência de poses, ou asanas, perceber-se no conforto dentro do desconforto.
Cada dia meu corpo está de um jeito, e isso está relacionado ao que eu como, ao que eu sinto, em como eu durmo, como acordo. Lá no tapetinho fica bem claro tudo que eu tenho feito.
Isso é por certo desconfortável, e também confortável.
Quando se inicia a prática, o aquecimento pede uma sequência de saudações ao sol e isso exige bastante do corpo. Em seguida poses de pé, sentada, torções, e de repente aquelas saudações ao sol do início que eram exigentes, de tornam o momento de descanso.
Tudo é uma questão de perspectiva mesmo. Certo e errado, bom ou ruim, fácil ou difícil.
Tudo a depender de tantos outros fatores, que as vezes seria mais simples abandonar esses conceitos e seguir um fluxo mais natural, dentro do que é leve e pesado, no momento.
Sem culpas impostas por padrões sociais, sem amarras e definições de coach’s quânticos.
Viver o presente é mesmo encontrar conforto no desconforto. Se eu estou numa fila imensa para resolver uma burocracia, pode ser chatíssimo, mas se a mesma fila for para assistir uma banda de rock super legal, então será maneirissimo.
Imagina então se eu estiver na fila chata da burocracia e escolher perceber a experiência com a mesma disposição de quem vai assistir e cantar músicas preferidas? Seria encontrar o conforto no desconforto e ainda ser livre, para fazer o que deve ser feito, sem me prender em pré conceitos do que é bom ou ruim.
É viver e não ter vergonha de ser feliz, cantar e cantar…. Sendo aprendiz.
Te convido a sentir conforto no desconforto. E ser livre.
Imagina ser livre para ver a calcinha com as marcas de sangue e não sentir incomodada nisso, deixar ser confortável esse lugar alvo de tantos tabus? Porque será que atrai tanto o tecido escuro para esconder as marcas do sangrar, e deixar confortável?
Olhar natural para o sangue, para o corpo, para os pensamentos e emoções, e sentir confortável como o que se é no momento. Ainda que pareça desconfortável.
Um beijo e até logo mais! Viva a primavera, viva o outono!
Escrito em 23/09/2023
Autoria do texto: Juliana Silva Cerdá Mendes @julianacerdamendes

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