Mesmo quando as ações venham a nos causar desconfortos é de ordem primordial, dentro da estrutura patriarcal, a permissividade como uma característica indispensável na mulher.
De formas sutis, ou não, é muito presente no nosso dia a dia a forma como buscamos tolerar, com intuito de não desagradar e manter o outro confortável.
Aproveito aqui para trazer um depoimento pessoal, depois de muita terapia, de quando me dei conta que por anos tive infecção urinária recorrente pela permissividade nas relações sexuais, pelo medo de dizer “não quero agora”.
Em um primeiro momento você que está aqui lendo pode pensar “como assim?!”, mas é bem mais comum do que parece ser.
É triste, porque os nossos corpos estão gritando por socorro, mas esse sistema ainda nos atravessa de tantas formas.
O nosso corpo não sustenta um prazer linear, e precisamos normalizar isso, é de extrema urgência a compreensão da nossa não-linearidade. Sem que tenhamos que carregar nas costas o peso da responsabilidade pelo prazer do outro.
A pessoa que te ama não vai embora porque você vai falar “não”, a pessoa que te ama ela respeita o seu “não”, assim como respeita o seu “sim”.
Acontece que a nossa autoestima está tão a mercê da aceitação do outro, que em tantos momentos desrespeitamos a nós mesmas pelo medo de não sermos o bastante.
Se atente ao desconforto interno, ele pode ser um sinalizador da sua característica permissiva. Não fique desconfortável para manter o conforto de ninguém!
Autoria do texto: Nathália Jucinsky @nathaliajucinsky
Exatamente o que eu diria se escrevesse tão bem quanto 🥺
Obrigada!