VIVA A SUA MENSTRUAÇÃO COM ACOLHIMENTO E CONFORTO!

Relato mágico – desabafo – Juliana Cerdá

Salve e Bença. Que bom que você está aqui para esta leitura e encontro. Muito prazer!

 

E se tudo que existe fosse só a partir do agora? Será que não é um tanto romântico demais ou melancólico demais essa mania de buscar no passado causas de traumas e problemas e esse tentar entender tudo? Será que não é tudo suposição? Será mesmo que alguém tem conseguicao de contar e lembrar de como foi cada coisa vivida no passado? De onde vem as memórias? E como elas são construídas? Pq as pessoas tem tantos pontos de vista diferentes? Pq um dia olho uma foto minha e me crítico a beça e se eu vendo a mesma fotos meses ou anos depois eu só acho lindeza nela?


Cansei de ler tantas teorias seguidas de soluções prontas e entregues, bastando seguir aquele tal método, para superar traumas, para aprender lições, e tanta gente falando sobre como se deveria ser como agir como pensar, como andar, como vestir…


Quando foi que viramos uma sociedade tão babaca e tão cheia de regras? Foucault tava era certo e hoje somos auto vigilantes…

Buscamos em outras culturas outros países soluções para o que nem com nossa história nos sabemos viver. Para que importamos tanta coisa?

No dia a dia, a gente não se vira na hora H?

Tô desconfiada de que esse tanto de trauma vem sendo colocado na nossa cabeça porque assim viramos um monte de gente problemática e consumidoras de remédio, terapia, teoria. E cada vez mais perpetuamos um estado de não pertencimento, não cabimento, de sermos inadequados, de ser culpa de alguém, e no final estamos correndo atrás do próprio rabo, porque usamos o mesmo mecanismo ao qual atribuirmos ser a fonte dos problemas, com opressão, repressão, mas só que ao invés de ser a voz dos nosso pais ou seja lá quem foi na infância, passa a ser da terapia.
Como é possível alguém se curar de um trauma de um abuso sexual com outro abuso sexual disfarçado de guiança mentoria mestre discípulo?

De onde vem essa necessidade de ser o dono da verdade? Desde os sofistas e socráticos? E para que ter essa posse da verdade? Para falarmos para os outros o que é certo e o que é errado? Se na real não ligamos nem um pouco para o outro… claro que não, não vestimos os sapatos dos outros e não queremos saber de nada, só do que diz respeito a nós mesmos… daí é um tal de gente apontar dedo e dizer o que é certo, e essas pessoas depois caindo em contradição e fazendo exatamente o contrário do que pregam?

Cheio de mulher aí vendendo curso de como ter relação saudável enquanto são abusadas por seu companheiros, gente que vende curso de tudo mas diz que da porta para dentro não se vive aquilo.

Manipular-nos e muito fácil e cada dia mais, pois falam que ser vulnerável é uma arma poderosa, daí acreditamos que somos fracos e devemos expor isso e nos tornamos presas fáceis….

Já pensou se não tiver nada de errado como ser quem somos, e o errado for esse tanto de opinião que vem de fora? Isso será que não lembra em nada o controle religioso da idade média?

 

Será que não tem um jeito de conviver com amor por si e pelo outro como extensão de si? Não estamos no mesmo lugar? Tendo que lidar com esses fantasmas criados para gente consumir?

E de onde vem essa necessidade excessiva de ser portador da verdade de escrever, comunicar, se expressar? Meu palpite que é da falta de ter gente para prosear no meio do dia, do encontro espontâneo com conhecidos, estamos trancados cada vez em espaços menores, casa, carro e agora até nossa inteligência tá dentro destas caixinha mágica de onde eu digito e que daqui em segundos eu posso ir para qualquer lugar do mundo e falar com qualquer pessoa… de forma artificial, digital.

São crianças vidradas e limitadas já crescendo com traumas que nem viveram, super fragilizadas sem serem capazes de lidar com nada mais. Enlouquecidos pela cobrança de entregarem resultados que deverão ser fruto do investimento dos pais que são adultos tão cansados que já veem a função de parir e educar filhos como um fardo, e que congelam embriões para garantir uma melhor performance deste ser que não será gerado no momento presente, mas que já vem do passado congelado esperando o melhor momento sem perder a obrigação da performance. Por que se a mulher esperar esse momento certo seu óvulo estará velho? Então quem nasceu de mãe pós 35 anos nasceu com problema? E os homens bonitões continuam sendo livres para terem espermatozoide bom a vida inteira, pois até agora só escuto sobre o óvulo Velho… cansa mesmo viu Chul-Han… continua mais do mesmo, homens ditando regras do mundo e nos controlando, dizendo que a pílula foi uma revolução feministas quando foi um jeito deles de isentarem de serem pais. A justificativa vem da pré-história e dos instintos caçadores do homem e a vocação de segue da mulher. E quem foi que viveu na pré-história para saber? As conclusões sobre esse período vieram de pesquisas lideradas por homens e por patrocínios de corporações que tem algum interesse. Assim como no futuro vão achar destroços de uma antiga civilização que adorava rato, e atribuirão poderes mágicos a esse rato e falarão de como diariamente milhares de pessoas peregrinavam para ir nos templos de adoração e se fantasiavam para rituais… e aí teremos pessoas no futuro imitando sagradamente esses ritos sem imaginar que se trata de um parque de diversões capitalista selvagem crianças de um homem gênio que deu vida a um rato chamado Mickey mouse …

Mas finja que nenhuma destas palavras passaram pela sua cabeça, pois isso te tiraria deste mundo normativo e certamente te jogará numa solitude ingrata.

Tudo bem. Não é tão ruim assim… da angústia, e serve para testar e apurar a capacidade e disciplina. Tem horas que dará certo e outras que se sucumbira. Ciclos.

Tudo é tão comparatório que para me validar preciso invalidar o outro. Para minha opinião ser válida é preciso que outra seja errada. Será que não dá o conviver sem ter que lacrar em cima do outro? Estamos todos tão machucados e tão macetados com ideias psicanalistas de traumas que esses já existem antes mesmo de acontecer.

Cresci com uma mãe que elege o filho e o acerto da vez, e tudo mais passa a não prestar, daí ela manipula, inventa histórias e cancela os outros, e exalta o escolhido, até que esse não serve mais ao propósito e aí ela faz tudo de novo mas com outro como figura central.

Vai ver daí vem meu trauma (risos) de achar um saco o que a sociedade digital do cansaço capitalista faz com tudo baseado no medo da comparação. Não é só sobre ter medo e sim sobre ter medo de numa comparação eu ser menos? Bullshit

 

Beijo e abraço

 

Autoria do texto: Juliana Cerdá Mendes

Imagem de capa: Pinterest

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